Pesquisadores analisaram dados de terremotos em Marte para estudar o núcleo do planeta. As informações vieram da missão InSight, da NASA, um módulo capaz de registras fenômenos geofísicos do ambiente marciano.
Ao observar as vibrações abaixo da superfície, a equipe responsável pelo estudo pôde formar uma imagem da composição do material no interior do planeta. Conforme o tremor atravessa o subsolo, o comportamento das substâncias é registrado.
O objetivo pelo qual a NASA lançou o InSight em 2018 é principalmente esse. Ao captar as ondas dos terremotos marcianos, cientistas podem observar melhor a profundidade do interior de Marte e conhecer a crosta, o manto e o núcleo do planeta.
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Uma peça magnética fora do lugar
Apesar da crosta antiga e fortemente magnetizada de Marte, a atual falta de um campo magnético global implica que o movimento do manto, causador da magnetosfera, pode ter parado de funcionar como um dínamo no passado. Essa ausência de convecção química pode estar associada ao crescimento do núcleo interno, segundo explicam os autores do artigo.
A equipe da Universidade de Ciência e Tecnologia da China e da Universidade do Texas em Austin acredita ter encontrado evidências de um núcleo interno sólido no planeta vermelho. Os pesquisadores utilizaram um “número substancial” de terremotos marcianos de baixa frequência como fonte de dados para a análise.
Ao estudarem os dados do formato das ondas que são captadas, o grupo gerou “vespagrams”. Este é um gráfico em que os picos de energia podem ser usados para compreender como as ondas se comportam em cada camada do planeta.
Ao observarem as informações do estudo, a equipe acredita que o tempo de chegada das ondas sugere um núcleo interno sólido. Pois, nele as ondulações podem viajar mais rapidamente.
Semelhanças e diferenças com a Terra
Os pesquisadores também propõem que o núcleo possui cerca de 18% do raio de Marte. Isso é bastante semelhante em tamanho ao núcleo interno terrestre, que tem cerca de 19% do raio da Terra. Embora as proporções sejam próximas, os cientistas acreditam que o mecanismo de formação seja diferente.
“Com uma temperatura geotérmica marciana inferior, uma fase sólida rica em ferro pôde cristalizar a partir do topo e formar uma zona de formação de neve. Essas gotículas sólidas densas descem em direção ao centro e desenvolvem um núcleo interno de ferro e níquel, que deixa para trás um núcleo externo líquido enriquecido com enxofre”, explica a equipe em sua discussão.
Embora seja um estudo interessante, ele está em desacordo com outras pesquisas sobre o mesmo tema. A análise por pares ainda é necessária antes que se possa ter alguma conclusão concreta sobre se o núcleo de Marte é líquido ou sólido.
O post Núcleo de Marte se parece com o da Terra, sugere estudo da NASA apareceu primeiro em Olhar Digital.