O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que avalia impor uma tarifa de 10% sobre importações de produtos fabricados na China. A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de fevereiro, integra uma estratégia comercial que tem gerado tensões internacionais.
Trump justificou a possível tarifa ao mencionar preocupações relacionadas ao envio de substâncias ilícitas, como fentanil, para o México e o Canadá. Durante uma coletiva de imprensa em Washington, na última terça-feira (21), ele chamou a China de “abusadora” no comércio global.
No entanto, a China respondeu diretamente às declarações. Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, afirmou que o país vai defender seus interesses nacionais. Além disso, reforçou que “guerras comerciais e tarifárias não têm vencedores”.
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Impacto global nas relações comerciais de Donald Trump e EUA
Por outro lado, as tensões comerciais envolvendo os EUA não se limitam à China. Trump também ameaçou impor tarifas sobre o México e o Canadá, acusando os países de facilitarem a entrada de imigrantes indocumentados e drogas nos EUA. Além disso, ele declarou que a União Europeia enfrentará tarifas como forma de corrigir o que considera práticas comerciais injustas.
“É a única forma de conseguir justiça”, afirmou Trump, ao criticar a forma como acredita que o bloco europeu trata os Estados Unidos.
Consequentemente, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, prometeu uma resposta contundente às afirmações dadas pelo novo presidente dos Estados Unidos. Trudeau declarou que o Canadá está preparado para adotar contra-tarifas significativas, que podem alcançar valores bilionários.
No início desta semana, Trump ordenou que as agências federais revisassem acordos comerciais existentes. Além disso, pediu para que eles identificassem práticas que ele considera desleais por parte dos parceiros comerciais dos EUA.
A medida faz parte de sua estratégia econômica mais ampla que busca fortalecer o crescimento, proteger empregos e aumentar a arrecadação tributária por meio de tarifas. Porém, economistas alertam que tarifas podem elevar os preços para os consumidores americanos e prejudicar empresas, especialmente diante de retaliações de outros países.
Enquanto isso, os principais parceiros comerciais dos EUA, como a China, o Canadá e o México, acompanham de perto os desdobramentos das ações tarifárias. Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, o vice-premiê chinês Ding Xuexiang defendeu soluções de ganhos mútuos para disputas comerciais, mas evitou mencionar os Estados Unidos.
Fonte: BBC