No Atlântico Sul, o maior iceberg do mundo entrou em possível rota de colisão com um grupo de ilhas remotas, incluindo a Geórgia do Sul. Conhecido como A23a, o enorme bloco de gelo flutuante mede aproximadamente 3.500 km², o que é equivalente ao tamanho de duas cidades de São Paulo. O movimento coloca em risco a biodiversidade local, composta por milhares de animais.
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“Se o A23a encalhar perto da ilha, ele pode bloquear as principais rotas de alimentação de pinguins-rei (algumas das maiores colônias), focas e outras espécies marinhas”, afirma Brian Matthews, fotógrafo da vida selvagem, em nota publicada nas suas redes sociais. O monte de gelo flutuante pesa quase um trilhão de toneladas.
A interrupção no fluxo de alimentos pode ocasionar elevadas taxas de mortalidade de filhotes de pinguins e focas, por exemplo. Outras espécies marinhas — que só existem nesta região afastada do globo — também podem ser afetadas, como aves e lobos-marinhos.
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Há pouco mais de 20 anos, outro iceberg gigante causou danos ao ecossistema local. Em 2004, o iceberg A-38B interrompeu as dinâmicas das cadeias alimentares e provocou a morte dos animais mais jovens.
Iceberg 2X maior que São Paulo
Para entender, o iceberg A23a se desprendeu da plataforma de gelo Filchner, na Antártida, ainda no ano de 1986. Apesar disso, o bloco de gelo permaneceu preso no fundo do mar. O começo de sua jornada no Oceano Antártico foi em 2020.
Os cientistas do British Antarctic Survey (BAS) monitoram a situação do iceberg, a partir de imagens de satélite. Desde o final do ano passado, o colossal bloco de gelo navega em direção à ilha Geórgia do Sul, ponto considerado o beco dos icebergs.
O impacto para a vida selvagem ainda pende para o lado negativo. O A23a ainda pode entrar em contato com a água mais quente e, assim, poderá se quebrar em icebergs menores ou mesmo derreter. Entretanto, este processo pode levar anos para ser concluído e, mesmo assim, causar estragos.
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“Este é outro lembrete gritante de como as mudanças climáticas estão remodelando nosso planeta. O derretimento do gelo, o aquecimento dos oceanos e a mudança de ecossistemas estão colocando espécies vulneráveis em risco”, lembra Matthews.
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