Eclipses ocorrem quando há o alinhamento entre o Sol, a Terra e a Lua – desde que esta última esteja em fases específicas.
Um eclipse solar, por exemplo, acontece quando a Lua está na fase nova, ou seja, posicionada entre a Terra e o Sol. Nesse momento, ela pode bloquear a luz solar e projetar sua sombra sobre o planeta. Já no caso dos eclipses lunares, a Lua está cheia e posicionada do lado oposto ao Sol, alinhando-se de forma que entre na sombra da Terra.
No entanto, essas configurações são raras, devido à inclinação da órbita lunar em relação ao plano orbital da Terra, o que impede que eclipses aconteçam em todas as luas novas e cheias.
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, para 2025, estão previstos quatro eclipses, sendo dois solares e dois lunares. Apenas os eclipses lunares serão totais, enquanto os solares serão parciais – e todos serão visíveis apenas em algumas regiões específicas do planeta.
Inclinação da Lua em relação à Terra restringe eclipses
A órbita da Lua está inclinada cerca de cinco graus em relação ao plano orbital da Terra ao redor do Sol. Isso significa que, na maioria das luas novas, a Lua passa um pouco acima ou abaixo do alinhamento necessário para projetar sua sombra na Terra.
Da mesma forma, nas fases cheias, o satélite frequentemente fica fora da sombra projetada pela Terra. Apenas em ocasiões específicas, chamadas temporadas de eclipses, os planos se alinham o suficiente para que os eclipses ocorram.
Se não houvesse essa inclinação, eclipses solares e lunares seriam fenômenos mensais – o que provavelmente tornaria o evento menos fascinante para observadores. Além disso, sem qualquer inclinação entre os planos, eclipses totais só ocorreriam nas regiões tropicais, onde o Sol fica exatamente acima no céu.
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Alinhamento absoluto do Sistema Solar mudaria todo o cenário
Todos os planetas do Sistema Solar orbitam a estrela hospedeira em planos quase alinhados, mas com pequenas inclinações. Se as órbitas da Terra e Vênus fossem perfeitamente alinhadas, por exemplo, os “trânsitos de Vênus” (quando o planeta passa entre o Sol e a Terra) não seriam eventos tão raros – eles ocorrem duas vezes por século.
Conforme destaca o site IFLScience, A mesma coisa quanto a Mercúrio, cujos trânsitos têm intervalos de até 13 anos devido à inclinação orbital. Além disso, a Terra tem uma inclinação em relação ao próprio plano orbital, o que justifica as estações do ano.
Enquanto muitas luas, como as de Marte e Júpiter, orbitam alinhadas com os equadores de seus planetas, a nossa está mais próxima do plano orbital terrestre, criando as condições únicas para eclipses como os que veremos neste ano.
Uma última curiosidade: eclipses solares são mais raros e exclusivos que os lunares. Isso porque como a Lua é muito menor do que a Terra, ela projeta uma sombra estreita, chamada de caminho da totalidade, que cobre apenas uma pequena área do planeta. Já nos eclipses lunares, a sombra que da Terra é maior, permitindo que o evento seja visível em um hemisfério inteiro, em alguns casos.
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